Com a taxa de juros em patamar historicamente baixo e a alta volatilidade do mercado acionário, a busca pela diversificação da carteira, na tentativa de obter ganhos maiores e sem muito risco torna os investidores interessados por modalidades alternativas, mesmo que desconheçam suas particularidades. É neste cenário que tem crescido a busca por ativos reais, ou seja, a aquisição de algum ativo físico ou tangível, como imóveis, ouro, obras de arte, vinhos, crédito privado e precatórios (títulos públicos judiciais).
Entretanto, o processo deve ser feito com cuidado e diligência. Esses ativos, como sempre informamos, costumam oferecer boa rentabilidade e risco muito mais baixo do que o do mercado financeiro tradicional. Por essa razão, investir em ativos reais é comum no mercado externo. Mas eles possuem algumas particularidades, como de originação, que exigem um certo cuidado por parte do investidor.
Veja os pontos determinantes na hora de montar a sua carteira:
1. Fique atento à liquidez
O risco de liquidez é uma das principais questões a se observar. No caso de precatórios, por exemplo, o pagamento ocorre por determinação judicial. O prazo pode variar de acordo com a ação e não está isento de atrasos. Portanto, obter mais retorno ao investir em precatório requer o cuidado de usar recursos que não farão falta durante aquele período.
2. Qual a origem dos ativos?
A originação dos ativos reais é outra questão crucial que deve estar no radar do investidor. O ativo existe, dá rentabilidade, mas talvez não a segurança necessária para aplicar, por conta da má originação.
Por exemplo, quando se fala de um título público judicial, sabe-se que o direito existe, que a previsão é de pagamento em um prazo x, mas é preciso fazer uma due diligence para descobrir se o valor a receber pelo seu detentor não está comprometido.
Este tipo de dívida do estado é intransferível e seu detentor, ao negociar os ganhos do precatório, deve dar outros ativos como garantia. Assim, no processo de avaliação, deve-se levar em conta as garantias e também se o recebimento futuro será realmente destinado ao investidor.
3. É preciso pesquisar antes de escolher um gestor
Se aventurar em um mercado novo requer entender como ganhar dinheiro com os ativos, mesmo que delegando a um gestor que o conheça em maior profundidade. Não é qualquer um que consegue obter rentabilidade comprando e vendendo obras de arte.
É preciso entender como este segmento funciona. O mesmo ocorre com outros ativos reais. Estudos sobre o histórico de retorno destacam que existe uma diferença enorme entre os melhores gestores e os piores. Então, vale a pena pesquisar o desempenho dos gestores antes de confiar seu capital a qualquer um deles.
4. Conheça a regulamentação do mercado
Os ativos reais, via de regra, estão fora da regulamentação da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Contudo, a depender da forma como são vendidos, podem ser considerados valores mobiliários para fins de oferta pública, de acordo com a Lei nº 6.385/76. O investidor deve verificar a qual regime o ativo real está submetido, se às normas de direito civil quando vendidos diretamente ou se a regulamentação da CVM quando considerados valores mobiliários. Cada regime exige diferentes cuidados.
Quando vendidos diretamente, é importante verificar qual é exatamente o ativo que está sendo investido, de forma individualizada, com quem ficará a titularidade do bem, como será a sua manutenção até a liquidação, bem como a condição financeira de quem vendeu o ativo.
Se for valor mobiliário, é imprescindível verificar se a oferta está registrada na CVM, ler os documentos da oferta e entender quem são os prestadores de serviço. Nesse caso, vale consultar o site da CVM que possui informações de alerta para orientar os investidores.
Assim, a busca por ativos reais é uma tendência que veio para ficar no mercado brasileiro, junto com a baixa taxa de juros. Entretanto, o processo deve ser feito com cuidado e diligência. Nem toda promessa de ganho é verdadeira. Por isso, quando estiver interessado em investir em ativos alternativos, fale com a Hurst primeiro. Temos experiência e a credibilidade que o investidor precisa.