Em períodos de altas taxas de juros, não é raro encontrar oportunidades de investimentos na renda fixa que oferecem uma rentabilidade de 200% do CDI. Quem não está habituado ao universo dos investimentos pode ter dúvidas acerca de qual será o retorno efetivo ao investir nessa opção.
Esse questionamento é bastante válido, considerando que nem todos sabem o que é o CDI e o quanto os 200% podem impactar a carteira. Para que você não se frustre com ofertas do tipo, é importante ter esse conhecimento antes de investir.
Neste conteúdo, veja o que significa uma rentabilidade de 200% do CDI e por que você precisa ficar atento a ofertas do tipo.
Acompanhe!
O que é o CDI?
Por uma determinação do Banco Central (Bacen), as instituições bancárias no Brasil não podem encerrar o dia com o caixa negativo. Essa é uma forma de evitar que os bancos operem com um nível de caixa insustentável e que resulte no colapso do sistema bancário.
Porém, como eles operam grandes volumes financeiros, pode ser inevitável que o seu caixa fique negativo ao longo do dia. Para cumprir a determinação do Bacen e não ser penalizado com multas e sanções administrativas, é normal os bancos fazerem empréstimos entre eles.
Essas operações são feitas utilizando o certificado de depósito interbancário (CDI) e os juros utilizados deram origem à taxa DI — que passou a ser chamada também de CDI.
Logo, esse é um indicador financeiro calculado pela Central de Custódia e Liquidação Financeira de Títulos (Cetip), com base na média de juros pagos nos empréstimos feitos entre os bancos.
O que significa um investimento que rende 200% do CDI?
Além de servir para calcular os juros nos empréstimos interbancários, o CDI é utilizado como indexador de diversos investimentos de renda fixa. Nesse sentido, os títulos dessa classe funcionam como um empréstimo.
Nesse sentido, o investidor fornece o dinheiro para o emissor do título, com a promessa de receber o montante acrescido de uma taxa de juros no vencimento. Nessas aplicações, a lógica de remuneração é conhecida antes da realização do investimento, podendo ser:
- prefixada: o rendimento se dá de acordo com uma taxa fixa;
- pós-fixada: os juros acompanham um indicador financeiro;
- híbrida: o desempenho mescla uma taxa fixa e a variação de um índice.
Quando se fala que um investimento paga 200% do CDI, isso significa que ele é um título pós-fixado que está atrelado às movimentações desse índice financeiro. Portanto, a rentabilidade do investimento acompanhará o CDI, remunerando o investidor em 200% de sua variação no período.
Por exemplo, suponha que o CDI tenha variado 12% em um ano. Nessa hipótese, a rentabilidade base será de cerca de 24% (200% da variação) ao ano — desconsiderando os juros compostos. No entanto, essa não é uma garantia de que você terá acesso a esse ganho.
Isso porque é preciso considerar os custos que incidirão sobre a rentabilidade, especialmente os tributos. A depender das condições propostas pelo emissor, a alternativa pode não ser tão vantajosa quanto parece.
Quais os investimentos costumam pagar esse percentual de rendimento?
Depois de aprender como funciona uma rentabilidade de 200% do CDI, é possível que você queira saber quais investimentos pagam esse retorno. Normalmente, os certificados de depósitos bancários (CDBs) são os investimentos que contam com essa proposta de rentabilidade.
Esses são títulos privados emitidos por instituições financeiras para levantar recursos para financiar as suas operações. Eles são encontrados nas plataformas de bancos de investimentos e corretoras de valores.
Porém, a liquidez desses produtos costuma ser baixa. Nesse contexto, o investidor pode ter uma dificuldade maior para resgatar o investimento antes do prazo, se necessário. Em contrapartida, eles contam com a proteção do Fundo Garantidor de Créditos (FGC).
A entidade é capaz de ressarcir o investidor em até R$ 250 mil reais por CPF e instituição, caso o emissor do título não consiga honrar o pagamento. A proteção respeita um limite global de R$ 1 milhão por CPF, sendo renovável a cada 4 anos.
Por que você precisa se atentar a essas ofertas?
Embora a perspectiva de receber 200% do CDI pareça atrativa, é preciso ficar atento, pois nem sempre esses títulos são boas opções. Isso ocorre devido às condições geralmente impostas para adquiri-los.
É bastante comum que as aplicações sejam oferecidas apenas para novos clientes da instituição, demandando a abertura de conta. Além disso, as plataformas que oferecem títulos com essa rentabilidade costumam limitar o montante que você poderá aplicar, reduzindo o potencial da alternativa.
Outro detalhe diz respeito ao prazo do investimento, que normalmente é curto — entre 3 e 4 meses, na maioria das vezes. Em alguns casos, a rentabilidade de 200% do CDI é aplicada apenas no primeiro mês e, depois, há uma redução.
A desvantagem é que os investimentos com prazo inferior a 1 ano pagam a maior alíquota do Imposto de Renda (IR), que é de 22,5% sobre os rendimentos. Logo, nesse curto período a sua rentabilidade real não será de 200% do CDI.
Quais alternativas a esses investimentos?
Se você não encontrou no mercado um investimento que atenda ao seu perfil ou aos seus objetivos, pode ser adequado recorrer a investimentos alternativos. É o caso das opções oferecidas pela Hurst Capital, como:
- precatórios;
- ativos judiciais;
- royalties musicais;
- obras de arte;
- biotecnologia;
- ativos imobiliários;
- criptoativos;
- entre outros.
A vantagem dessas alternativas é que elas são descorrelacionadas do mercado tradicional. Portanto, eles podem ajudá-lo a aumentar a diversificação do seu portfólio.
Dessa maneira, o nível de proteção do seu capital também se eleva. Afinal, os investimentos alternativos podem trazer um retorno positivo mesmo se o mercado tradicional estiver em baixa, considerando a descorrelação existente.
Além disso, em muitos casos, o retorno pode ser verdadeiramente acima da média do mercado. Isso se opõe aos títulos que oferecem um retorno pós-fixado elevado, mas que é limitado por diversas condições — como limites de alocação, prazo curto etc.
Neste artigo, você aprendeu o que significa ter uma rentabilidade de 200% do CDI e por que os títulos que oferecem essas condições nem sempre são atrativos. Logo, se a ideia é ter alternativas que potencializam os resultados da carteira, pode ser interessante buscar investimentos alternativos.
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