Investir em ativos reais tem se tornado cada vez mais comum. Isso porque o mercado alternativo oferece boa rentabilidade com baixo risco. Mas há uma questão importante a ser ressaltada. Uma das características dos ativos reais é sua baixa liquidez.
Por esta razão, antes de aplicar o dinheiro em qualquer ativo real, o investidor tem de fazer uma análise sobre sua situação e também sobre suas pretensões porque não convém que ele saque o dinheiro investido antes do prazo estipulado em contrato.
A retirada antes do tempo faz com que o investimento não dê o retorno esperado, além do que o investidor terá de arcar com taxas administrativas sem ao menos ter feito o dinheiro render.
Então, quando eu devo investir em ativos reais?
O mercado tem propagado a ideia de que a forma mais segura de investir é diversificando. E é isso o que o investidor tem de fazer, distribuir seus recursos entre diversos investimentos, ativos reais entre eles.
O percentual aplicado em ativos reais será justamente aquele que não fará falta no dia a dia. Para dar um exemplo, quem investiu na operação de maio de 2019 em precatórios do Estado de São Paulo, obteve rendimento de 43,47% ao ano.
Mas o investidor teve de deixar o dinheiro parado na aplicação até o prazo vencer. E se, por causa de uma doença, um acidente ou perda de emprego esse investidor precisasse sacar o dinheiro antes? Nesse caso, ele não poderia fazê-lo sem perdas.
Reserva de emergência
Como imprevistos acontecem, é preciso agir de forma racional e sem aquela ganância que pode pôr tudo a perder. Uma solução é o investidor colocar uma parte do seu dinheiro em ativos reais, mas deixar outra parte em um bom produto de renda fixa.
Dessa forma, em caso de necessidade ele pode sacar da renda fixa sem perdas, enquanto o valor aplicado em ativos reais continua rendendo. Esse montante deixado na renda fixa é chamado de reserva de emergência.
Ativo real vem se tornando opção de diversificação.
Há quem distribua o dinheiro em produtos de renda fixa, de renda variável do mercado financeiro tradicional e em ativos reais.
Mas isso ocorre hoje em dia. Antigamente era comum investidores colocarem dinheiro no mercado financeiro (ações, por exemplo) e deixar uma reserva de emergência na renda fixa, que rendia bastante por conta da taxa Selic, que era altíssima.
O ativo real era pouco lembrado e restrito a investidores de maior porte. Quando a renda variável não ia bem, a fixa até que cobria boa parte da perda dependendo de como o capital estava distribuído.
Mas hoje em dia não é mais assim. Com a taxa Selic em 2,75% ao ano, os produtos de renda fixa não protegem nem mesmo da inflação. Mas são necessários por conta de sua alta liquidez, já que o prazo para saque é bem menor.
Poupança, por exemplo, permite saques diários sem necessidade de pagamento de qualquer taxa. Mas o rendimento é tão baixo, que é perda de tempo deixar o dinheiro lá.
A renda variável, por sua vez, vive momentos assustadores de volatilidade. Dessa forma, investir em ativos reais é a solução de diversificação que melhor equilibra as aplicações.
O investidor só precisa ter consciência de que se trata de um produto de baixa liquidez e se programar para usufruir dos ótimos rendimentos com baixo risco que só os ativos alternativos oferecem.