O que é FIDC e como funciona esse investimento?

Além das linhas de crédito tradicionais, as empresas contam com outras soluções para levantar capital para sua operação, como as negociações de direitos creditórios. A partir da prática, surge outra oportunidade para os investidores: o FIDC — e vale a pena saber o que ele é. 

Sendo um tipo de fundo de investimento, ele se destaca por ter um potencial de retorno mais alto para os investidores. No entanto, antes de incluir as cotas na sua carteira, é fundamental saber quais são as características dessa modalidade de investimentos. 

Para esclarecer as principais dúvidas sobre o assunto, continue a leitura e confira o que é FIDC e como ele funciona! 

O que é FIDC? 

FIDC é a sigla para fundo de investimento em direitos creditórios. Como o nome indica, ele é um veículo coletivo que prioriza o investimento em direitos creditórios de empresas, os quais representam uma obrigação de pagamento por parte de um devedor.  

Entre os exemplos de direitos creditórios estão:  

  • cheques; 
  • duplicatas; 
  • vendas parceladas no cartão de crédito; 
  • aluguéis. 

As empresas podem negociar esses direitos para receber o dinheiro antecipadamente. Embora seja descontada uma taxa, essa é uma forma de captar recursos sem criar uma dívida. Em seguida, os direitos creditórios passam por um processo de securitização e podem se tornar títulos de crédito privado. 

Já os FIDC utilizam os recursos para investir nessas aplicações relacionadas aos direitos creditórios ou adiantar os recebíveis. Em todos os casos, conforme os clientes fazem os pagamentos, o dinheiro é encaminhado para aqueles que compraram os direitos creditórios, não mais para a empresa.  

Então os rendimentos do FIDC são provenientes dos recebíveis relacionados aos direitos creditórios. Ainda, os investidores do fundo recebem os rendimentos de acordo com a sua participação no fundo, segundo o volume de cotas adquiridas. 

Esse tipo de fundo de investimento é regulamentado no Brasil pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e pode ser do tipo fechado ou aberto. No primeiro caso, o investidor só pode resgatar as cotas no prazo estipulado ou deverá negociá-las no mercado secundário. Já os fundos abertos dão mais flexibilidade para os cotistas. 

Como funciona esse tipo de fundo? 

Como o FIDC é um tipo de fundo de investimento, há uma gestão profissional responsável pela alocação de recursos e aplicação deles na estratégia adotada pelo fundo. Ou seja, o investidor compra as cotas e as movimentações são definidas pela gestão. 

Cada tipo de FIDC pode ter uma estratégia específica de operação. Ela definirá quais serão os direitos creditórios que poderão estar presentes no portfólio e quais outros investimentos podem ser feitos pelo gestor profissional. 

Isso é possível porque não é necessário que 100% do patrimônio esteja relacionado a títulos de crédito privado, por exemplo. 

Para viabilizar a execução da estratégia, a participação de uma securitizadora é importante. Ela é a empresa que oferece antecipação de recebíveis para outros negócios, permitindo que eles recebam adiantadamente os recursos que seriam pagos pelos clientes no futuro. 

A securitizadora paga a quantia à vista com um desconto, chamado de deságio. A partir desse momento, ela assume o direito de receber os pagamentos dos clientes. Como você já viu, o gestor de um FIDC pode incluir esses direitos creditórios em seu portfólio.  

Como é a rentabilidade desse fundo? 

A rentabilidade de um FIDC está atrelada ao tipo de direito creditório presente no seu portfólio. Então ela pode variar com elementos como taxa de inadimplência, prazos de vencimento das dívidas e condições econômicas gerais. 

Outro fator relevante é o tipo de cota que o investidor adquiriu. Ela pode ser: 

  • cota sênior: tem prioridade no recebimento dos pagamentos realizados pelos devedores. Elas são similares aos títulos de renda fixa prefixados e costumam ter um perfil de menor risco; 
  • cota subordinada: é considerada de maior risco porque o recebimento ocorre apenas após o pagamento da cota sênior. Por isso, elas estão mais expostas a eventuais inadimplências, mas podem oferecer um potencial de retorno mais elevado. 

Ademais, é preciso considerar que a tributação incide sobre os lucros do investidor. As alíquotas do Imposto de Renda acompanham a tabela regressiva da renda fixa da seguinte maneira: 

  • resgates realizados em até 180 dias: 22,5%;  
  • entre 181 e 360 dias: 20%;  
  • entre 361 e 720 dias: 17,5%; 
  • acima de 720 dias: 15%. 

Quais as vantagens e desvantagens de investir em FIDC? 

Considerando as características que você acompanhou, o investimento nas cotas de um FIDC pode ser vantajoso para sua estratégia de investimentos. O primeiro benefício é que elas permitem diversificar a carteira. 

Isso ocorre porque esses fundos podem oferecer exposição a diferentes tipos de direitos creditórios, setores da economia e prazos de vencimento. Assim, o veículo ajuda a mitigar os riscos da sua estratégia. 

Além disso, dependendo da qualidade dos direitos creditórios e da estrutura do FIDC, pode haver um potencial de ganho mais elevado em comparação aos investimentos tradicionais de renda fixa. As cotas subordinadas, em particular, costumam oferecer retornos mais atrativos, já que apresentam mais riscos. 

Entretanto, uma desvantagem desse tipo de fundo é que ele não está disponível para o público em geral do mercado financeiro. As cotas do FIDC são destinadas apenas a investidores qualificados ou profissionais. 

Para ser um investidor qualificado, é preciso ter R$ 1 milhão investido em próprio nome e atestar essa condição por escrito ou possuir uma certificação profissional do mercado financeiro.  

Já para ser um investidor profissional é preciso ter no mínimo R$ 10 milhões investidos ou ser instituição financeira, fundo de investimento, entidade de Previdência Complementar, administrador de carteira ou consultor, por exemplo.  

Ainda, a quantia inicial para investimento em FIDC tende a ser mais alta. Conforme as normas da CVM, é exigido um investimento inicial mínimo de R$ 25 mil para participar desse tipo de fundo, o que pode limitar muitos investidores.  

Vale a pena investir em FIDC? 

A decisão de investir em FIDC depende de certos fatores. Por exemplo, seus objetivos financeiros, horizonte de investimento, tolerância ao risco e conhecimento do mercado financeiro. 

Afinal, mesmo sendo uma modalidade com características similares às aplicações da renda fixa, as cotas do FIDC expõem seus recursos a mais riscos. Além disso, não há proteção do Fundo Garantidor de Créditos (FGC) para seu dinheiro.  

Contudo, como o potencial de retorno costuma ser mais alto, eles podem ser uma opção para diversificar seu portfólio. Nesse caso, pode ser interessante comparar os FIDCs do mercado, avaliando considerando prazos, perspectivas de retorno e outros fatores. 

Para isso, você pode usar o App Renda Fixa. Assim, é mais fácil entender as características dos fundos e explorar outros investimentos dessa classe. 

Se você quiser diversificar a carteira ainda mais ou não quiser recorrer aos FIDCs, vale ter investimentos alternativos no seu portfólio. Na plataforma da Hurst Capital, por exemplo, você pode encontrar diversas oportunidades, como precatórios, royalties musicais, obras de arte e outros. 

Neste artigo, você acompanhou o que é o FIDC, como é seu funcionamento e quais vantagens e desvantagens esse fundo apresenta para sua estratégia. Agora você aprendeu mais sobre esse veículo financeiro e pode considerá-lo na hora de montar a sua carteira.  

Quer saber mais sobre investimentos alternativos? Conheça as oportunidades disponíveis na plataforma da Hurst Capital!