Renda Variável

Por Weruska Goeking, Valor Investe — São Paulo

O otimismo dos brasileiros no início do ano com a economia do país influenciou diretamente a busca por aplicações, com os investidores se mostrando mais dispostos a tomar riscos.

É isso que mostra o levantamento do Yubb, feito a pedido do Valor Investe, com os 10 tipos de investimentos mais pesquisados de janeiro a abril deste ano.

Apesar das incertezas relacionadas à articulação política entre o Planalto e a Câmara dos Deputados, os fundos de ações foram os investimentos mais buscados de 2019.

E de onde veio tanto otimismo? Do resultado das urnas em 2018.

Com a posse de Jair Bolsonaro como presidente, o mercado financeiro passou a enxergar o novo governo como favorável à reforma da Previdência e, consequentemente, à atração de capital estrangeiro, o que impulsionou o Ibovespa no início do ano, o que influenciou o interesse dos investidores pessoas físicas.

"Com a implementação da agenda de reformas (especialmente a da Previdência) e o discurso mais favorável ao mercado por parte do novo presidente, iniciou-se um movimento de migração dos títulos de renda fixa em direção a ativos mais arriscados", explica Bernardo Pascowitch, fundador do Yubb.

A alta do principal índice de ações do País, que foi de 9,63% de janeiro a abril, despertou um interesse maior dos investidores pessoas físicas.

Não à toa, os fundos de ações do tipo “índice ativo” (que tem o objetivo de dar um retorno maior que o Ibovespa) tiveram captação de R$ 1,835 bilhão no período, segundo a Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais).

Confira o ranking de buscas:

Os 10 investimentos mais buscados de 2019 até agora

1 - Fundo de ações
2 - Fundos multimercados
3 - Letras de câmbio/RDB
4 - CDB
5 - Fundos imobiliários
6 - LCI/LCA
7 - Tesouro Direto
8 - Fundos de renda fixa
9 - Debêntures
10 - Outros (CRI, CRA, FIDC, LF, etc)

Em segundo lugar, os fundos multimercados também têm sido bastante procurados e demandados pelas pessoas físicas, de acordo com o levantamento do site do Yubb. Conforme os dados da Anbima, esses produtos tiveram captação de R$ 5,05 bilhões no ano.

Pascowitch conta que o fundo multimercado, com portfólio bastante diversificado, é uma opção interessante para investidores que querem combinar ativos de renda variável — incluindo ações, mas não somente elas — com outros investimentos em renda fixa.

"É uma combinação teoricamente menos volátil do que os fundos de ações", afirma o fundador do Yubb.

No entanto, o apetite por risco do brasileiro só vai até a página 2. No terceiro e quarto lugares do ranking do Yubb surgem aplicações mais conservadoras, como os ativos em renda fixa: Letras de Câmbio e RDBs (Recibos de Depósitos Bancários).

Esses são títulos de dívida bancária menos conhecidos, mas são rentáveis e relativamente seguros devido à proteção do FGC (Fundo Garantidor de Créditos), que vale para depósitos de até R$ 250 mil, incluindo o rendimento.

"A posição de LCs e RDBs pode indicar o interesse do brasileiro de, ainda que dentro do universo da renda fixa protegida pelo FGC, buscar opções mais rentáveis do que os investimentos mais conservadores, como CBDs, LCIs e LCAs", avalia Pascowitch.

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A quarta posição é justamente ocupada pelos CDBs (Certificados de Depósitos Bancários), os títulos de renda fixa mais conhecidos do Brasil.

Mesmo em períodos de taxa Selic no menor patamar da história e potencial valorização da renda variável, muitos brasileiros continuam interessados em fazer seus primeiros investimentos em opções seguras e abundantes, como é o caso dos CDBs, conta Pascowitch.

Em quinto lugar, os fundos imobiliários tiveram muitas buscas nos primeiros meses do ano, especialmente em função de uma possível retomada do mercado imobiliário brasileiro.

Muitos especialistas dizem que o mercado imobiliário é um ótimo “termômetro” da economia brasileira. Dessa forma, uma recuperação econômica é rapidamente refletida na taxa de ocupação de imóveis comerciais e residenciais.

Nesse sentido, com algumas notícias otimistas em relação ao segmento imobiliário, e também pela isenção de imposto de renda no pagamento mensal desse tipo de fundo, muitos investidores têm buscado as opções dos fundos imobiliários como estratégia para garantir uma renda mensal. Nos últimos dez anos, aliás, o número de investidores que compram cotas de fundos imobiliários saltou de 20 mil para 290 mil brasileiros.

Tesouro Direto perdeu o charme?

A partir da sexta colocação, chama atenção o menor interesse dos investidores pessoas físicas por títulos do Tesouro Direto.

Em outros momentos esses investimentos foram muito procurados por causa da taxa básica de juros, a Selic, mais elevada. Agora, o levantamento aponta que esses títulos começam a dar espaço para opções mais rentáveis e arrojadas.

Os títulos do Tesouro Direto também enfrentam mais disputa pela atenção do investidor com o surgimento de fundos de investimento em Tesouro Selic, o título mais seguro do Tesouro Direto.

Fundos da Órama e do BTG Pactual Digital com taxa de administração zero, por exemplo, e o surgimento do primeiro fundo de índice (ETF) focado em índices de títulos públicos, com gestão do Itaú Unibanco, começam a despertar o interesse dos investidores. Além de não cobrarem as taxas de administração, não existe a taxa de custódia de 0,25% ao ano cobrada pela B3 para investimento direto em títulos públicos.

No fim das contas, ter o intermédio de um fundo para investir no Tesouro Direto pode sair mais barato.

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