O que mudou?
Taxa Selic renova as mínimas históricas, afetando diretamente a vida do investidor de Renda Fixa!
O Comitê de Política Monetária (Copom) confirmou, nesta quarta-feira (17/06/2020), o corte de 0,75 ponto percentual na taxa Selic, levando a taxa básica de juros de 3% para 2,25% ao ano. Na mesma linha, este é o quarto corte seguido em 2020, renovando as mínimas históricas.
Em segundo lugar, com esta taxa, o Brasil entrou no grupo de países com juro real negativo. Segundo ranking divulgado pelas Assets, a taxa real do país ficou em 0,78% ao ano negativa.
Entendendo o juro real
O Juro real nada mais é do que a taxa de juros descontada pela inflação de um período. Quando o juro real fica negativo, significa que a remuneração, fixada pelo Banco Central, é menor que a desvalorização do dinheiro ao longo do tempo.
Desta forma, o comunicado do COPOM, deixou em aberto a possibilidade de novos cortes na taxa de juros. Mesmo com tom de um corte inferior, das últimas duas reuniões, caso a economia volte a enfraquecer podemos ter novas mínimas.
“O Copom entende que, neste momento, a conjuntura econômica continua a prescrever estímulo monetário extraordinariamente elevado, mas reconhece que o espaço remanescente para utilização da política monetária é incerto e deve ser pequeno. “, comunicou o Banco Central.
Em segundo lugar, os membros do COPOM, geralmente, se reúnem a cada 45 dias. Portanto, O BC volta se reunir nos dias 4 e 5 de agosto.
Mas, o que muda em nossas vidas com este cenário?
Historicamente, o Brasil é um país de juros altos. Portanto, a taxa brasileira costumava estar entre as maiores em comparação com os demais países.
Isso quer dizer que dificulta o crédito para o brasileiro. Consequentemente, será cobrado um alto valor nesse empréstimo.
Por outro lado, a queda dos juros alivia de certa forma essa questão, facilitando a tomada de crédito por empresas. E, até mesmo pessoas físicas. Pois, o custo para conseguir dinheiro tende a diminuir, incentivando o giro de dinheiro no mercado.
e, os investimentos tradicionais de renda fixa, não são mais tão rentáveis quanto antigamente, desestimulando investimentos considerados conservadores. Dessa forma, investimentos com maior exposição ao risco ficam mais atrativos.
Então esse novo corte na taxa de juros, mudará muita coisa no mercado, e você que é investidor, precisa ficar atento às aplicações nesse cenário.
Investimentos de Renda Fixa
Pois se não procurar por boas opções de investimento, terá um ganho real ZERADO ou até mesmo perder capital para a inflação.
Portanto, com esse corte na taxa de juros os tradicionais investimentos de renda fixa, terão as seguintes rentabilidades:
Fazendo uma simulação de R$10.000 investidos por 1 ano. (Deduzindo 17,5% do Imposto de Renda):
Poupança -> 1,57% ao ano > R$10.157,00
Tesouro Selic -> 1,86% ao ano > R$10.186,00
CDB 120% do CDI -> 2,23% ao ano > R$10.223,00
Dessa forma, os investidores podem ter um ganho real ZERADO ou até mesmo negativo, caso seja descontado a inflação do período.
Com a perda de atratividade nos ativos de renda fixa, outros ativos se destacam por trazer retornos mais expressivos, mas é preciso tomar cuidado com a exposição ao risco e do seu perfil de investidor.
Como diversificar meus investimentos?
Assim, a diversificação do portfólio será um dos principais pontos de 2020. Muito por conta da taxa de juros em patamares baixíssimos. Interferindo, portanto, diretamente a renda fixa como mencionado acima.
Mas, também por conta da alta volatilidade no mercado acionário, devido as incertezas não só causada pela pandemia, mas também econômicas e políticas.
No meio de toda essa turbulência, as questões ficam no ar “Se eu investir em renda fixa, posso ter um juro real negativo, dependendo da aplicação”, “Com o temor de uma segunda onda do corona vírus, acho muito arriscado investir em ações”. Afinal, pra onde vão seus investimentos?
Caso você já tenha a reserva consolidada em um ativo seguro e com liquidez, a diversificação em ativos descorrelacionados com a bolsa de valores, é uma alternativa para alavancar a rentabilidade do seu portfólio.
Ativos reais
É o caso dos ativos reais, onde o investimento é diretamente na economia real. Consequentemente, produzirá empregos, construindo negócios, investindo no agronegócio e muito mais.
Esses ativos são extremamente comuns nos países mais desenvolvidos, principalmente nos Estados Unidos. Isso porque, a taxas de juros é bem próxima de zero ou até mesmo negativa, e recentemente estão atraindo muitos investidores no Brasil.
Conclusão
Única alternativa para reduzir o risco, é DIVERSIFICANDO o portfólio. Lembrem-se que na reserva de emergência, a estratégia não muda, o foco continua sendo LIQUIDEZ e SEGURANÇA.
Independente do perfil de investir, vale a pena estudar sobre os ativos de Renda Variável e os Ativos Reais.
Ainda há boas opções no mercado de renda fixa, principalmente no longo prazo, mas tome cuidado com os ativos pré-fixados, pois quanto maior o prazo do investimento, maior o risco, é importante não olhar só para rentabilidade nesses ativos.