Para investidores com portfólios diversificados que incluem ativos internacionais ou indexados a moedas estrangeiras, a análise de risco cambial é uma etapa essencial na gestão de seus investimentos. Veja mais a seguir!
A volatilidade do dólar, em particular, pode gerar tanto oportunidades quanto desafios para a rentabilidade da carteira e compreender a dinâmica da análise de risco cambial permite aos investidores tomar decisões mais informadas para mitigar potenciais impactos negativos da flutuação cambial.
Neste artigo, exploraremos o conceito de análise de risco cambial, suas diferentes manifestações e como incorporá-la em sua estratégia de investimento para otimizar o retorno projetado.
Vamos desvendar as nuances da variação cambial e investimentos atrelados ao dólar, apresentando os diversos tipos de riscos e as estratégias de análise de risco cambial que podem ser implementadas.
O que é risco cambial e por que ele importa para o investidor?
Em sua essência, o risco cambial, também conhecido como risco de taxa de câmbio ou risco de moeda, refere-se à possibilidade de perdas financeiras decorrentes de mudanças inesperadas nas taxas de câmbio entre duas ou mais moedas.
Para o investidor, essa variação de moedas, e principalmente a flutuação cambial envolvendo o dólar americano, possui um impacto significativo no valor de seus ativos financeiros.
Mesmo investimentos realizados no Brasil podem estar atrelados à moeda estrangeira, como no caso de empresas com receitas ou custos denominados em dólares ou de fundos de investimento com alocação de ativos em investimentos internacionais.
Portanto, a análise de risco cambial é fundamental para investidores que buscam diversificar suas carteiras e acessar mercados globais.
Tipos de risco cambial que o investidor precisa conhecer
A análise de risco cambial revela que essa exposição não é um conceito monolítico, ela se manifesta de diferentes formas, cada uma com implicações específicas para o investidor como veremos adiante:
Risco de conversão
O risco de conversão surge quando há a necessidade de converter ativos ou receitas de uma moeda estrangeira para a moeda local.
Um exemplo clássico para o investidor é o de investir em ativos denominados em dólar e, em um determinado momento, precisar converter esses valores para reais.
Se essa conversão ocorrer em um período de desvalorização cambial do dólar frente ao real, o valor final em moeda local será menor do que o esperado, impactando o retorno projetado.
Risco de transação
O risco de transação está intrinsecamente relacionado a transações comerciais ou contratuais que envolvem diferentes moedas.
Embora seja mais comum no ambiente empresarial, onde importações e exportações são rotineiras, ele também pode afetar fundos de investimento e ativos que possuem operações internacionais com pagamentos e recebimentos em outras moedas.
A flutuação cambial entre o momento da negociação e a liquidação da transação pode gerar um resultado financeiro diferente do inicialmente previsto.
Risco de tradução (contábil)
O risco de tradução, também denominado risco contábil, manifesta-se quando uma empresa que investe ou possui ativos no exterior precisa consolidar e traduzir seus balanços financeiros para a moeda local de sua sede.
Esse tipo de risco pode impactar indiretamente investidores de fundos de investimento com exposição internacional ou de Brazilian Depositary Receipts (BDRs) de empresas multinacionais, cujos resultados reportados podem ser afetados pelas variações cambiais na conversão de suas demonstrações financeiras.
Risco econômico
O risco econômico é o mais amplo e se refere ao impacto de longo prazo da variação cambial no valor de mercado de uma empresa ou ativo, mesmo que não haja transações diretas em outras moedas.
Por exemplo, empresas com forte atuação exportadora podem se beneficiar de um cenário de dólar alto, tornando seus produtos mais competitivos no mercado internacional e aumentando sua rentabilidade.
Em contrapartida, empresas que dependem fortemente de importações podem ser prejudicadas por um dólar valorizado, elevando seus custos e pressionando suas margens.
Quando o risco cambial afeta sua carteira
Diversos tipos de ativos presentes em uma carteira de investimentos podem estar expostos ao risco cambial.
Entre eles, destacam-se os BDRs (que representam ações de empresas estrangeiras negociadas no Brasil), os Exchange Traded Funds (ETFs) internacionais (que replicam o desempenho de índices de outros países), os fundos de investimento globais (que investem em uma variedade de ativos ao redor do mundo) e até mesmo investimentos alternativos com algum tipo de lastro ou indexação em economias estrangeiras.
É importante notar que o câmbio pode tanto beneficiar quanto prejudicar os resultados desses investimentos.
Se o real se desvalorizar frente ao dólar (ou outra moeda estrangeira relevante para o ativo), o retorno projetado do investimento em moeda local tende a ser maior. Por outro lado, se o real se valorizar, o retorno em reais pode ser menor do que o esperado.
Por exemplo, ao investir em um ETF que replica o índice S&P 500 (índice das 500 maiores empresas dos EUA), a rentabilidade estimada para o investidor brasileiro será dada pela variação do próprio índice americano acrescida (ou subtraída) da variação cambial do dólar frente ao real no período.
Variação cambial e impacto no retorno projetado
A análise de risco cambial busca justamente quantificar e compreender essa influência. Um cenário de dólar em alta pode impulsionar o retorno projetado de ativos internacionais quando convertidos para reais, enquanto um dólar em baixa pode reduzir essa rentabilidade.
Portanto, ao avaliar oportunidades de investimento com exposição cambial, é fundamental considerar não apenas o potencial de valorização do ativo em sua moeda original, mas também as perspectivas para o câmbio no horizonte do investimento.
É importante ressaltar que todo retorno é estimado e os resultados efetivos dependem de diversos fatores, incluindo as condições macroeconômicas e a própria performance do ativo.
Como fazer a análise de risco cambial na prática
Realizar uma análise de risco cambial eficaz envolve a avaliação de diversos fatores interconectados.
Inicialmente, o investidor deve identificar a real exposição da sua carteira em ativos atrelados ao dólar ou outras moedas.
Isso inclui não apenas investimentos diretos em ativos internacionais, mas também aqueles com algum tipo de indexação cambial.
Em seguida, é fundamental analisar o cenário macroeconômico, tanto no Brasil quanto nos países das moedas de exposição.
Variáveis como taxas de juros, inflação, crescimento econômico e eventos geopolíticos podem influenciar significativamente as taxas de câmbio.
A avaliação da necessidade de proteção cambial, através de instrumentos de hedge, também é uma etapa importante da análise de risco cambial.
Estratégias de mitigação do risco cambial podem incluir a diversificação da carteira em ativos com e sem exposição cambial.
Alocar uma parte dos investimentos em ativos puramente em reais pode ajudar a equilibrar os efeitos da flutuação cambial.
Uma análise de risco cambial bem feita considera todos esses aspectos para construir uma estratégia de investimento mais resiliente.
Hedging: vale a pena proteger a carteira do câmbio?
O hedging cambial é uma estratégia utilizada para proteger o valor de investimentos contra movimentos adversos nas taxas de câmbio.
De forma básica, consiste em utilizar instrumentos financeiros, como contratos futuros de câmbio ou opções de moeda, para travar uma determinada taxa de câmbio para uma data futura.
A decisão de utilizar o hedge cambial depende de diversos fatores, incluindo a perspectiva do investidor sobre o comportamento futuro do câmbio, o horizonte de tempo do investimento e o custo da proteção.
Em cenários de alta volatilidade e incerteza cambial, o hedge pode fazer sentido para proteger a carteira.
No entanto, é importante lembrar que o hedge tem custos (as taxas e prêmios dos contratos) e pode não ser indicado para todos os perfis de investidores ou para todos os momentos do mercado.
Em alguns casos, a própria diversificação da carteira pode ser uma forma eficaz de mitigar o risco cambial sem a necessidade de instrumentos de proteção específicos.
Como a exposição cambial é considerada na análise dos ativos
Na Hurst Capital, compreendemos a relevância da exposição cambial em diversos ativos alternativos com lastro em economias globais que oferecemos em nossa plataforma.
Nossa equipe realiza uma curadoria criteriosa e uma profunda análise de due diligence nos ativos que estruturamos.
Avaliamos o impacto potencial da variação cambial no retorno projetado, considerando diferentes cenários e buscando oportunidades que possam se beneficiar de dinâmicas cambiais favoráveis.
Reforçamos que os retornos apresentados são sempre estimados e que os riscos, incluindo o risco cambial, são integralmente considerados na estruturação de cada oferta, visando proporcionar aos nossos investidores qualificados opções rentáveis e confiáveis.
Conheça as oportunidades de investimento com potencial de valorização global que a Hurst Capital oferece. Abra sua conta e explore um novo horizonte para a diversificação da sua carteira.
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