O que é uma securitizadora e qual sua relação com investimentos?

Você já ouviu falar em uma empresa securitizadora? Esse tipo de organização tem um papel importante na economia, tanto na área de crédito para outras empresas quanto no mercado de investimentos.

Inclusive, para os investidores, as oportunidades geradas por meio da securitização costumam se destacar pelo seu potencial de retorno. Contudo, elas contam com certos pontos diferentes de outros investimentos mais usuais, especialmente na renda fixa.

Neste artigo, você entenderá o que é uma securitizadora, qual sua relação com investimentos e quais alternativas surgem para sua carteira por meio da securitização.

Acompanhe!

O que é uma securitizadora?

Para compreender o que faz uma securitizadora, antes é essencial saber o são os direitos creditórios. Eles representam quantias que uma empresa tem a receber de seus clientes no futuro.

Imagine um negócio que fez uma venda a prazo, em 10 parcelas mensais. Nesse tipo de cenário, ele receberá a quantia que vendeu ao longo desse período. Esses direitos creditórios constituem suas contas a receber.

Entretanto, essa empresa não precisa, necessariamente, esperar que o cliente pague a sua fatura do cartão de crédito todos os meses. No mercado, há instrumentos com a antecipação de recebíveis que permitem que ela adiante esses recursos.

Portanto, a empresa negocia os seus direitos creditórios para uma terceira parte — que fará o pagamento do montante antecipado com deságio. Após a cessão, esses títulos podem passar por um processo de securitização, que acontece quando eles são transformados em títulos de dívida negociados no mercado.

Desse modo, a securitizadora é uma empresa intermediária entre o cedente (quem cedeu os direitos creditórios) e o investidor. É ela quem faz o agrupamento dessas dívidas, empacota em um título e os disponibiliza para negociação.

Os rendimentos dos investidores acontecem conforme as características das dívidas. Afinal, quem investe está adquirindo parte do direito creditório quando aplica em uma dessas alternativas.

Qual a sua relação com investimentos?

Como você viu, as securitizadoras são participantes relevantes no mercado de investimentos. Isso acontece porque, ao empacotar direitos creditórios em um título, elas criam uma alternativa para compor a carteira de investidores.

As características de muitos deles são similares a outros investimentos de renda fixa. Nesse sentido, o investidor faz a aplicação já sabendo quais são as regras de retorno do título — podendo ser prefixada, pós-fixada ou híbrida.

Além disso, no caso de títulos securitizados, quando o investidor faz a aplicação, ele está disponibilizando recursos para a securitizadora. Ela poderá usar o capital para comprar os direitos creditórios do cedente e, depois, disponibilizá-los aos investidores.

Quando a securitizadora recebe os pagamentos dos devedores, as quantias são repassadas aos investidores de acordo com as condições previamente estabelecidas.

Quais investimentos são criados a partir da securitização?

Agora que você entendeu mais sobre securitização e investimentos, é hora de saber quais alternativas são criadas a partir desse processo.

Confira os principais exemplos!

CRIs e CRAs

Os certificados de recebíveis imobiliários (CRIs) e do agronegócio (CRAs) são dois dos principais títulos de crédito privado. Como os nomes sugerem, eles estão lastreados em operações no mercado imobiliário e agronegócio, respectivamente.

Ambos são investimentos de renda fixa e que se caracterizam pelo potencial de retorno mais alto que de outros títulos da classe. Em geral, os rendimentos são indexados por benchmarks como o Certificado de Depósito Interbancário (CDI) ou o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

Por estarem em dois mercados-chave para a economia, CRIs e CRAs têm isenção de Imposto de Renda (IR) sobre os lucros da pessoa física. Porém, eles não contam com a cobertura do Fundo Garantidor de Créditos (FGC), o que tende a torná-los mais arriscados.

FIDC

Os fundos de investimento em direitos creditórios (FIDC) são veículos coletivos com estratégia focada em títulos securitizados. O portfólio é composto por recebíveis como duplicatas, aluguéis e vendas no crédito.

A participação dos investidores acontece por meio da compra de cotas. Cada FIDC tem sua própria gestão profissional, que monta o portfólio do fundo conforme as regras predeterminadas pela estratégia, divulgada na lâmina.

Os rendimentos dos investidores ocorrem segundo as características dos títulos presentes na carteira. Consequentemente, os riscos assumidos também seguem esse ponto.

Precatórios

Os precatórios são ordens de pagamento expedidas pelo Poder Judiciário. Eles são utilizados quando o Governo Municipal, Estadual ou Federal perde um processo judicial e é obrigado a realizar um pagamento, seja para uma pessoa física ou jurídica.

No entanto, é usual que esses pagamentos demorem a acontecer — visto que eles entram em uma fila de prioridade no orçamento do poder público. Assim, os donos de precatórios podem antecipar o recebimento e a securitização transformará a dívida do Governo em um investimento.

Como investimento, os precatórios se destacam pelo potencial de retorno — que costuma ser mais alto que outras alternativas de renda fixa. Por serem ligados ao poder público, os precatórios também tendem a ser investimentos com baixo risco de crédito.

Outro ponto interessante é o fato de o montante ser corrigido pela inflação. Com isso, os investidores não perdem seu poder de compra, mesmo que o pagamento demore a acontecer.

Na Hurst Capital, além dos precatórios, você encontrará oportunidades de investimentos em CRs com os mais diversos lastros: honorários advocatícios (Super Federal Preferencial); audiovisuais (royalties musicais, cinema, bilheteria de eventos); acervos de obras de arte com fluxo de caixa predefinido; crédito privado (carteiras de recebíveis de boletos ou duplicatas provenientes de empresas de pequeno e médio porte); cripto (cestas de ativos com fluxo de caixa predefinido).

 

Qual a importância das securitizadoras para o mercado?

As securitizadoras têm um papel relevante tanto para o planejamento financeiro de outras empresas quanto para investidores. No caso de organizações, a securitização permite que elas acessem capital ao transformar seus ativos, como empréstimos ou recebíveis, em títulos negociáveis.

A solução pode ser vista como uma alternativa aos empréstimos e outras linhas de crédito tradicionais. Afinal, a empresa acessará recursos para usar no planejamento sem criar uma dívida.

Já para investidores, as securitizadoras se destacam por disponibilizar novas alternativas de investimento. Muitas delas, como você viu, têm potencial mais alto de retorno que títulos tradicionais da renda fixa.

Contudo, antes de investir nesse tipo de alternativa, vale analisar como são suas regras de retorno, se há garantias envolvidas e demais características, como a liquidez. Assim, você poderá tomar decisões mais estratégicas para seu portfólio.

Neste artigo, você entendeu que uma empresa securitizadora tem um papel relevante para manter a economia em movimento, gerando soluções para investidores e organizações. Então, ao investir, vale analisar se esses investimentos são adequados para sua carteira!

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