Quando o assunto é investimento alternativo, Private Equity e Hedge Funds estão no topo da lista em grau de importância e peso. A pandemia de coronavírus levou a uma desaceleração sem precedentes na economia global. O produto interno bruto (PIB) dos EUA caiu 33% em uma base anual no segundo trimestre, mais do que o triplo do pior trimestre anterior. A zona do euro se saiu ainda pior: seu PIB se contraiu 40% em uma base anual durante o segundo trimestre.
Em meio a essa desaceleração global e a incerteza geopolítica em curso, a indústria de ativos alternativos permanece saudável. Os investidores ávidos por rendimentos continuam a despejar capital em ativos alternativos. Esta gestão agora ultrapassa US$ 10 trilhões, de acordo com Preqin, o principal fornecedor de dados financeiros e analíticos do setor de ativos alternativos.
Explorando os dados
Em uma pesquisa realizada em novembro passado pela Preqin, a maioria dos investidores de ativos alternativos disse estar satisfeita com o desempenho de seu portfólio no ano passado. Nove em cada 10 (87%) investidores de Private Equity (PE) disseram que seus investimentos atenderam ou excederam suas expectativas de retorno no ano passado. Aproximadamente a mesma porcentagem (86%) de investidores de PE disseram que pretendem comprometer pelo menos a mesma quantidade de capital neste ano que fizeram no ano passado.
Essas porcentagens eram igualmente altas entre outras classes de ativos alternativos. Mesmo em Hedge Funds, a satisfação do investidor subiu de 45% em 2018 para 59% em 2019. O desempenho dos Hedge Funds melhorou de -2% em 2018 para 11,45% em 2019.
Em cada classe de ativos alternativos, pelo menos 77% dos investidores dizem que planejam manter ou aumentar seus investimentos nesta modalidade no próximo ano, enquanto pelo menos 81% dizem que planejam manter ou aumentar suas alocações. Embora a incerteza e os preços dos ativos permaneçam altos e os mercados globais possam estar em um ponto de inflexão, os investidores parecem manter sua fé em ativos alternativos.
A seguir temos a análise mais detalhada de como estão atualmente as principais classes de ativos alternativos.
Private Equity: retornos atrativos e desempenho superior
Os investidores injetaram US$ 595 bilhões em investimentos de Private Equity em 2019, tornando este o terceiro ano consecutivo em que os investimentos de PE ultrapassaram US$ 500 bilhões. Os fundos do primeiro quartil de PE em 2015 e 2016 estão entregando TIRs líquidas de 23,0% e 25,9%, respectivamente. O patrimônio privado superou todos os outros fundos de capital privado nos anos 2007-2016, com um retorno líquido médio de 14,9%.
Um em cada cinco (21%) investidores de PE que responderam à pesquisa Preqin disse esperar que suas carteiras tenham um desempenho ainda melhor no próximo ano. Entre os principais desafios que a PE enfrentará na manutenção de altos retornos estão o aumento das avaliações e preços dos ativos, o aumento da competição de mercado por ativos, o ambiente de saída, o cenário geopolítico e a volatilidade contínua do mercado de ações.
Em outro sinal positivo, a quantidade de fundos de PE disponíveis no mercado aumentou entre janeiro e julho deste ano. Os participantes da pesquisa acreditam que as seguintes indústrias parecem mais bem posicionadas para o crescimento nos próximos anos:
- cadeia de suprimentos;
- fintech 2.0;
- robótica;
- biotecnologia;
- colaboração remota;
- fluxo de trabalho, educação;
- aplicação de IA e automação em setores tradicionais;
Private Equity: altos níveis de satisfação
Os investidores de Private Equity que responderam à pesquisa Preqin registraram o maior nível de satisfação com o desempenho de seus investimentos, com apenas 11% dizendo que estavam insatisfeitos. Ao mesmo tempo, apenas 13% disseram que o desempenho superou as expectativas. Isso não é muito surpreendente, dado que o retorno da dívida privada está entre os mais baixos para o capital privado nos últimos dois anos.
Cerca de 486 fundos de Private Equity estão buscando US$ 239 bilhões em capital agregado. Cerca de quatro em cada 10 (44%) investidores de Private Equity que responderam à pesquisa Preqin disseram que pretendem investir mais no próximo ano do que no ano passado – isto é mais do que 32% no final de 2018.
A maioria dos investidores em dívida privada (63%) espera que seus portfólios tenham um desempenho quase igual ao do ano passado, enquanto 19% esperam que eles tenham um desempenho melhor e 18% que tenham um desempenho pior. Avaliações de ativos e competição por oportunidades são os maiores desafios da dívida privada identificados pelos respondentes da pesquisa.
Hedge Funds: Perspectivas de longo prazo levam a alguma insatisfação
O retorno de 11,45% dos Hedge Funds no ano passado, medido pelo benchmark Preqin All-Strategies Hedge Fund, é um dos mais altos retornos anuais recentes desta classe de ativos alternativos. Mas os investidores tendem a uma visão de longo prazo do desempenho dos Hedge Funds, de modo que alguns permanecem insatisfeitos. Quatro em cada dez (40%) investidores de Hedge Funds que responderam à pesquisa Preqin disseram que suas carteiras não atenderam às expectativas.
Apesar dos US$ 97 bilhões em resgates de fundos líquidos de Hedge Funds no ano passado, os investidores de Hedge Funds estão otimistas sobre o futuro. Oito em cada 10 investidores (84%) esperam que os retornos deste ano sejam iguais ou superiores aos do ano passado.
Além disso, cerca de um quarto deles (26%) planeja aumentar sua alocação de Hedge Funds no longo prazo e outros 54% planejam manter sua alocação atual. A volatilidade do mercado de ações e o cenário geopolítico incerto são os maiores desafios dos Hedge Funds vistos pelos investidores.
Imobiliário: investidores que assumem mais riscos
Muitos investidores imobiliários estão subindo no espectro de risco-retorno, buscando estratégias de maior risco para impulsionar o desempenho futuro, prestando especial atenção aos mercados emergentes. Em particular, eles estão procurando evitar a compressão do retorno futuro, buscando novos mercados e estratégias de maior retorno.
Quase nove entre 10, ou seja, 87% investidores imobiliários que responderam à pesquisa Preqin ficaram satisfeitos com seus retornos no ano passado. Esses investidores também estão bastante otimistas sobre os retornos este ano: dois em cada 10 (21%) acreditam que seus retornos irão melhorar em 2020. Enquanto aproximadamente metade acredita que os retornos permanecerão os mesmos.
Portanto, espera-se que as unidades industriais continuem a tendência de desempenho relativamente superior à medida que a necessidade de espaço de armazenamento e distribuição aumenta com a mudança para o varejo online por muitos consumidores.
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