É fundamental que os investidores e empresas estejam sempre atentos às possíveis alternativas para melhorar sua liquidez e rentabilidade financeira. Afinal, quanto mais recursos financeiros à disposição, melhores são suas chances de realizar objetivos e evitar inadimplências.
Entre as estratégias responsáveis por gerar lucros e melhorar os fluxos de recebimento, a securitização tem se tornado uma opção popular no mercado financeiro. Por essa razão, em 2022, o Governo Federal estabeleceu a Lei n.° 14.430, que visa regulamentar e fomentar o mercado nacional de securitização.
Quer aprender mais sobre a securitização e entender seus prós e contras? Confira este conteúdo e esclareça o assunto!
O que é o direito creditório?
Primeiro, é preciso entender o conceito de direito creditório. Ele se refere ao valor que uma empresa tem direito a receber do cliente ao realizar uma venda a prazo. Portanto, qualquer negociação que utilize um método de pagamento no qual o vendedor não recebe o montante no ato da compra gerará um direito creditório.
Em alguns casos, a empresa pode buscar formas de acessar esses recursos antes da data de pagamento acordada pelo cliente. Nesse caso, ela faz a antecipação de recebíveis, pagando um pequeno deságio sobre o montante adiantado.
Nesse cenário, a securitização é responsável por viabilizar esse processo e, depois, disponibilizar a negociação desses direitos creditórios no mercado financeiro. Para isso, ela agrupa os ativos com baixa liquidez, transformando-os em um título com melhor possibilidade de negociação no mercado financeiro.
Para entender os processos da securitização, você precisa saber que existem 3 agentes envolvidos durante esse procedimento. Saiba quais são eles!
Cedente
Também conhecido como credor, o cedente é a empresa possuidora das dívidas a receber. No processo de securitização, ela vende seus direitos creditórios à securitizadora.
Securitizadora
A securitizadora é a instituição responsável por fazer o intermédio entre o cedente e o investidor. Sendo assim, é ela que adquire as diferentes dívidas a receber das empresas e as transforma em ativos do mercado, como é o caso dos certificados de recebíveis.
Além dessa função, é responsabilidade da securitizadora apurar a autenticidade dos direitos creditórios. Ou seja, ela precisa checar a veracidade das parcelas e condições de crédito cedidas pela empresa, pois sua função é aumentar as chances de que os pagamentos sejam realizados ao investidor.
Investidor
Por fim, os investimentos gerados a partir da securitização são comprados pelos investidores, que podem ser pessoas físicas ou jurídicas. Vale comentar que são os investidores que arcam com o risco da operação.
Isso ocorre porque, nesse modelo de investimento, o lucro é gerado quando a dívida é quitada. Por outro lado, o investidor será a parte envolvida que poderá receber o maior retorno. Afinal, ele adquiriu o direito creditório por um preço menor do que será pago pelo devedor.
Quais são as vantagens e riscos desse processo?
Como você viu, a securitização é um processo que tem diversos envolvidos e todos eles podem tirar proveito desse processo. Confira as vantagens que as empresas e os investidores podem ter com a securitização!
Para os negócios
As empresas podem aproveitar grandes benefícios ao utilizarem a securitização em seus processos financeiros. Afinal, conseguir melhorar a liquidez dos recebíveis costuma ser vantajoso para o caixa de um negócio.
Ao vender seus direitos creditórios, a empresa pode conseguir arcar com despesas, bancar imprevistos e realizar investimentos sem a necessidade de um empréstimo. Desse modo, ela ficará menos exposta a dívidas e às altas taxas de juros.
Como você viu anteriormente, o processo de securitização também pode transferir o risco de crédito da empresa para o investidor, a depender das condições. Quando isso acontece, as empresas podem se blindar de eventuais inadimplências vindas de clientes.
A securitização também amplia a circulação do dinheiro, ajudando a aquecer o mercado nacional. Diante de uma situação mercadológica positiva, as empresas podem colocar em prática estratégias de crescimento e consolidação.
Entretanto, é preciso lembrar que, ao antecipar os recebíveis, a empresa abre mão das entradas futuras relacionadas aos créditos. Logo, a gestão deve ter atenção ao fluxo de caixa para não contar com os recursos que foram antecipados.
Para investidores
Quando se trata das vantagens da securitização para investidores, a principal delas é o potencial de rentabilidade dos certificados de recebíveis, em relação aos demais títulos de renda fixa.
Isso ocorre porque o investidor receberá a diferença do valor da dívida somada às possíveis taxas de juros que envolvem o pagamento da pendência. Ademais, há mais riscos envolvidos nesse tipo de investimento, o que aumenta o potencial de ganhos.
Por esse motivo, ao investir, é importante que o seu perfil de investidor seja compatível com riscos maiores que investimentos conservadores, por exemplo.
Ao contrário dos outros principais títulos de renda fixa, esse investimento não é garantido pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC). Ou seja, caso a dívida não seja quitada, o investidor poderá ter prejuízo financeiro.
Quais tipos de securitização disponíveis?
Após entender como funciona a securitização, você pode estar curioso para saber quais são as possibilidades de investimento dentro dessa modalidade. Os principais títulos de securitização disponíveis no mercado financeiro são:
- CR (certificados de recebíveis): antecipa créditos oriundos de diferentes atividades, sem vinculação a um setor específico;
- CRI (certificado de recebíveis imobiliários): título responsável por antecipar créditos oriundos de ativos imobiliários;
- CRA (certificado de recebíveis do agronegócio): título responsável por antecipar créditos de ativos vindos do agronegócio;
- FIDC (fundo de investimento em direitos creditórios): fundo que reúne diversos investidores para a realização de aportes em direitos creditórios.
Qual a diferença entre securitização e tokenização?
Por fim, também vale ressaltar que a securitização e tokenização não são conceitos iguais, apesar de ser comum que as pessoas tenham essa visão. A tokenização é o processo de validação digital de um bem ou serviço.
Diferentemente da securitização, que serve para possibilitar a negociação de direitos creditórios, a tokenização foi criada para converter informações de um bem de valor em dados. Assim, eles podem ser utilizados em uma rede blockchain.
Logo, pode ocorrer a tokenização de um título que passou por securitização. Isso tende a aumentar ainda mais a liquidez do investimento, por facilitar a negociação dos ativos no mercado. Logo, ambos os processos podem promover o aumento de oportunidades no mercado financeiro.
Este artigo mostrou o que é e como funciona a securitização, expondo as vantagens e desvantagens que esse procedimento traz para as partes envolvidas. Ao conhecer os detalhes da securitização, você poderá avaliar se vale a pena ter títulos relacionados a ela na sua carteira de investimento.
Gostou do conteúdo deste post? Diga nos comentários se você já investe ou considera investir em securitização!