Como funciona a tributação de ativos no exterior para brasileiros?

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A tributação de ativos no exterior para brasileiros envolve o pagamento de imposto sobre rendimentos e ganhos de capital, além da obrigatoriedade de declarar esses investimentos anualmente no Imposto de Renda, convertendo os valores para reais conforme as regras da Receita Federal.

A busca por rentabilidade e diversificação leva cada vez mais brasileiros a explorarem oportunidades de investimento no exterior. 

No entanto, junto com o potencial de ganhos, surge a necessidade de compreender as complexidades da tributação de investimentos no exterior. 

Este artigo detalhado foi elaborado para guiar você, investidor, empreendedor e empresário, através das nuances do imposto sobre investimentos no exterior. 

Desvendaremos as regras para declarar seus ativos internacionais, desde ações e ETFs até fundos e criptomoedas, explicando como o Imposto de Renda incide sobre seus lucros e rendimentos. 

Abordaremos as novas regulamentações e a importância de um planejamento fiscal estratégico para evitar surpresas com a Receita Federal. 

Continue a leitura e assegure a conformidade dos seus investimentos globais, otimizando sua carga tributária de forma inteligente e eficaz.

Por que é importante entender a tributação de investimentos no exterior

A globalização econômica tem impulsionado muitos brasileiros a buscar a diversificação de seus investimentos em mercados internacionais. 

Seja pela busca de novas oportunidades de rentabilidade, pela proteção do patrimônio contra a volatilidade do mercado doméstico ou pelo acesso a setores específicos não tão presentes no Brasil, investir além das fronteiras se tornou uma estratégia comum. 

Contudo, é imprescindível que o investidor brasileiro esteja ciente de que, mesmo aplicando recursos em outros países, a tributação de investimentos no exterior perante o fisco brasileiro é uma obrigação legal. 

Ignorar ou desconhecer as regras do imposto sobre investimentos no exterior pode levar a sérias complicações fiscais, incluindo multas e juros por sonegação ou declaração incorreta. 

A Receita Federal tem intensificado a fiscalização sobre as operações financeiras internacionais, tornando o planejamento fiscal e a correta declaração dos ativos uma necessidade premente. 

Portanto, dedicar tempo para entender a tributação de investimentos no exterior não é apenas uma questão de conformidade, mas também uma forma de proteger seu patrimônio e otimizar seus retornos líquidos.

Quais ativos no exterior estão sujeitos à tributação

A tributação de investimentos no exterior abrange uma variedade de ativos financeiros que os brasileiros podem possuir fora do país. 

Entre os principais tipos de ativos sujeitos ao imposto sobre investimentos no exterior, destacam-se:

  • Ações de empresas estrangeiras; 
  • Exchange Traded Funds (ETFs) que replicam índices internacionais; 
  • Real Estate Investment Trusts (REITs) que investem em imóveis; 
  • Títulos de dívida soberana e corporativa (bonds); 
  • Contas bancárias remuneradas;
  • Criptomoedas mantidas em exchanges estrangeiras ou carteiras digitais fora do Brasil. 

É importante diferenciar as formas de rendimento desses ativos para entender a incidência do IR ativos internacionais. 

Ganhos de capital com ações e ETFs

No que se refere à tributação de investimentos no exterior em ações e ETFs, os ganhos de capital, resultantes da diferença positiva entre o valor de venda e o custo de aquisição dos ativos, estão sujeitos à incidência de Imposto de Renda. 

A alíquota aplicável sobre o ganho líquido é de 15%, independentemente do valor. Antes, quem vendia bens ou ativos no exterior por menos de R$ 35 mil não pagava Imposto de Renda sobre o lucro. Agora, com as novas regras, qualquer ganho de capital lá fora passou a ser tributado.

É fundamental manter um registro detalhado de todas as transações de compra e venda para calcular corretamente o ganho de capital e verificar se a isenção se aplica. 

A apuração do imposto é realizada no mês em que o ganho é obtido, e o pagamento deve ser efetuado até o último dia útil do mês subsequente, por meio de Darf (Documento de Arrecadação de Receitas Federais).

Juros e dividendos recebidos no exterior

Os juros e dividendos provenientes de investimentos no exterior são tributados no Brasil como rendimentos recebidos do exterior. 

Diferentemente dos ganhos de capital, esses rendimentos não possuem a mesma regra de isenção para vendas inferiores a R$ 35 mil e estão sujeitos à tabela progressiva do Imposto de Renda. As alíquotas variam de 0% a 27,5%, dependendo da faixa de renda do contribuinte. 

É importante ressaltar que, mesmo que o imposto já tenha sido retido na fonte no país de origem do investimento, o contribuinte brasileiro ainda é obrigado a declarar esses rendimentos no Brasil, podendo haver a possibilidade de compensação do imposto pago no exterior, conforme acordos internacionais para evitar a bitributação. 

Fundos e contas remuneradas internacionais

Os rendimentos gerados por fundos de investimento no exterior e por contas bancárias remuneradas internacionais também estão sujeitos à tributação de investimentos no exterior. 

No caso de fundos de investimento, a tributação ocorre sobre os rendimentos auferidos durante o período e no momento do resgate das cotas. 

Esses rendimentos devem ser declarados no Imposto de Renda como juros recebidos de pessoa física no exterior. 

Da mesma forma, os juros creditados em contas remuneradas mantidas em instituições financeiras estrangeiras são considerados rendimentos recebidos do exterior e devem ser declarados da mesma forma. 

É importante obter os informes de rendimentos fornecidos pelas instituições financeiras no exterior para realizar a declaração de forma precisa. 

A conversão dos valores para reais deve seguir a mesma regra dos demais rendimentos recebidos do exterior, utilizando a cotação do Banco Central na data do recebimento ou do crédito em conta. 

Pessoa usando calculadora e analisando anotações ao lado de notebook, ilustrando a tributação de investimentos no exterior.

Como declarar investimentos no exterior no Imposto de Renda

A declaração de investimentos no exterior no Imposto de Renda exige atenção a diferentes fichas e códigos, dependendo da natureza do ativo e do tipo de rendimento. 

Códigos e campos usados na declaração

Para declarar corretamente seus investimentos no exterior, é essencial utilizar os códigos e campos adequados na Declaração de Imposto de Renda. 

Na ficha de “Bens e Direitos”, para ações, ETFs e REITs, o código geralmente utilizado é o “04 – Aplicações e investimentos”. Dentro deste grupo, podem existir códigos mais específicos dependendo da natureza do ativo. 

Para contas remuneradas no exterior, o código pode ser o “01 – Depósito em conta corrente ou poupança no País” (adaptado para especificar a localização no exterior). 

Já para criptomoedas, existem códigos específicos dentro do grupo “08 – Criptoativos“. Ao informar os saldos, lembre-se de convertê-los para reais utilizando a cotação do Banco Central. 

Na ficha de “Rendimentos Tributáveis Recebidos de Pessoas Físicas e do Exterior”, é preciso informar o nome e CNPJ (se houver) da fonte pagadora, o país de origem e os valores recebidos em cada mês, já convertidos para reais. 

Para os ganhos de capital declarados através do GCAP (GCAP investimentos), o programa se encarrega de gerar as informações no formato correto para importação. 

É fundamental estar atento às atualizações dos códigos e campos da declaração, pois eles podem mudar de um ano para o outro.

Documentos e comprovantes

A organização e guarda de documentos e comprovantes são etapas cruciais para a correta declaração de investimentos no exterior. 

É recomendável manter em arquivo todos os informes de rendimentos fornecidos pelas instituições financeiras ou plataformas de investimento no exterior, contendo detalhes sobre dividendos, juros e saldos. 

Extratos bancários e de corretoras também são importantes para comprovar as transações de compra e venda de ativos, auxiliando no cálculo do ganho de capital. 

Contratos de investimento e registros de transações, como notas de corretagem, devem ser guardados para fornecer informações detalhadas sobre os ativos. 

No caso de investimentos em imóveis no exterior (incluindo REITs), é importante manter cópias dos contratos de compra e venda, bem como comprovantes de pagamentos e quaisquer outros documentos relevantes.

Para criptomoedas, o histórico de transações nas exchanges e os extratos das carteiras digitais são essenciais. 

Todos esses documentos servem como base para preencher a declaração e podem ser solicitados pela Receita Federal em caso de necessidade de comprovação das informações. 

Portanto, manter uma organização cuidadosa da documentação relacionada aos seus bens e direitos no exterior é fundamental para evitar problemas com o fisco.

O que muda com as novas regras da Receita e da MP

As regras para a tributação de investimentos no exterior têm passado por mudanças significativas, especialmente com a recente Medida Provisória (MP) que visa alterar a forma como os rendimentos de offshores e trusts são tributados no Brasil. 

Uma das principais propostas é a tributação anual dos lucros auferidos por meio de entidades controladas no exterior (offshores), independentemente da sua distribuição. 

Essa mudança busca antecipar a tributação de lucros que antes poderiam ser mantidos no exterior por tempo indeterminado. 

A MP também estabelece novas regras para a tributação sobre trusts, que são instrumentos legais utilizados para a gestão de patrimônio. 

Além disso, há alterações no tratamento de rendimentos diferidos e ajustes nos prazos de recolhimento do imposto. 

É importante ressaltar que, no momento da redação deste artigo, algumas dessas mudanças podem ainda estar em tramitação no Congresso Nacional, portanto, nem todas as disposições podem estar em vigor. 

A legislação tributária está sujeita a alterações frequentes, e o investidor brasileiro com ativos no exterior deve acompanhar de perto as novidades para garantir a conformidade com as regras mais recentes. A tributação de investimentos no exterior é um tema dinâmico que exige atenção constante.

Como se organizar para manter seus investimentos internacionais em dia

Manter a organização dos seus investimentos no exterior é fundamental para garantir a conformidade com a tributação de investimentos no exterior e evitar problemas com a Receita Federal. 

Uma dica importante é manter um controle detalhado de todas as suas aplicações, incluindo datas de compra e venda, valores investidos, rendimentos recebidos e taxas pagas. 

A complexidade da tributação internacional, com diferentes tipos de ativos e regras específicas para cada um, torna essa organização ainda mais crucial. 

A crescente sofisticação das ferramentas de fiscalização por parte das autoridades fiscais também reforça a necessidade de manter seus registros sempre atualizados. 

Felizmente, algumas plataformas de investimento oferecem relatórios consolidados que facilitam esse processo, fornecendo informações relevantes para a declaração do Imposto de Renda. 

Para investidores que trabalham com ativos alternativos internacionais, como os disponibilizados pela Hurst Capital, esses relatórios podem ser especialmente úteis, auxiliando na organização tributária e na visualização dos seus investimentos. 

A Hurst Capital oferece aos seus clientes relatórios que podem auxiliar na organização das informações necessárias para a declaração de seus investimentos. 

Para saber mais sobre a data de disponibilização desses relatórios, você pode consultar nosso guia com as datas de recebimento da documentação.

Se você busca simplificar a gestão dos seus investimentos internacionais e diversificar sua carteira com responsabilidade, convidamos você a conhecer as soluções que a Hurst Capital oferece. 

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