Vieses comportamentais: como funcionam e como evitar na hora de investir?

Os vieses comportamentais são um elemento presente em sua rotina e nas suas decisões diárias, inclusive no que diz respeito ao dinheiro. Contudo, quando eles incidem sobre seus investimentos, seus impactos podem ser especialmente negativos.

Isso acontece porque esses vieses colaboram para decisões mais emocionais do que racionais — e, geralmente, muito rápidas. Ou seja, você normalmente não tem o tempo ou as informações adequadas para ponderar sobre os prós e contras das escolhas.

Para entender como funcionam os vieses comportamentais e como você pode evitá-los na hora de investir, acompanhe a leitura deste artigo!

O que são e como funcionam os vieses comportamentais?

Os vieses comportamentais, também chamados de vieses cognitivos, são padrões ou tendências de ações de uma pessoa. Eles ocorrem quando alguém toma decisões com base em atalhos mentais, intuição ou emoções, em vez de considerar cuidadosamente as informações disponíveis.

Para entender melhor, imagine que ao longo dos últimos anos você usou smartphones de uma determinada marca. Na hora de trocar de aparelho, você pode naturalmente buscar outras opções dessa empresa, sem ao menos considerar os concorrentes.

Esse é um exemplo de um comportamento baseado em um viés. Afinal, você está usando sua preferência por aquela marca para tomar sua decisão, em vez de compará-las com outras alternativas.

Os vieses também incidem nos investimentos. Contudo, nesse caso, o potencial negativo de decisões emocionais tende a ser maior porque pode trazer prejuízos para sua carteira.

Quais os principais exemplos de vieses?

Agora que você entendeu mais sobre os vieses comportamentais, é interessante saber quais são os principais exemplos que podem impactar suas decisões no mercado financeiro.

Confira!

Efeito manada

O efeito manada é um dos vieses mais comuns quando se trata de investimentos. Ele se refere à tendência das pessoas de seguirem as ações ou opiniões de um grupo sem questionar ou considerar o cenário de forma independente.

Por exemplo, imagine que o setor de varejo entre em um momento de crise e as ações dessas empresas começam a cair na bolsa de valores. Nesse cenário, muitos investidores podem começar a vender seus ativos e outros podem acompanhá-los imaginando que essa é a decisão “certa”.

Esse comportamento pode levar a bolhas especulativas ou colapsos de mercado. Normalmente, é mais vantajoso analisar o cenário que motivou a crise e tomar uma decisão cautelosa em vez de agir de forma impulsiva.

FOMO

O fear of missing out (FOMO) — ou “medo de ficar de fora”, em tradução livre — é outro viés comportamental comum. Ele é um sentimento de ansiedade ou preocupação que ocorre quando uma pessoa teme perder uma oportunidade valiosa.

Para ilustrar, imagine que determinada empresa anunciou sua oferta pública inicial (IPO) na bolsa e diversos investidores estão aguardando esse momento. Aqui, uma pessoa com FOMO pode se sentir pressionada a investir também, já que ela sente que todo o mercado aproveitará a oportunidade.

Porém, o investimento na empresa pode não ser adequado para a estratégia dessa pessoa ou mesmo não ser vantajoso, de modo geral.

Aversão à perda

Como o próprio nome sugere, o viés de aversão à perda é aquele em que os investidores sentem mais o impacto de uma perda que os efeitos de um ganho de mesma magnitude. Logo, o impacto do prejuízo é mais significativo que a alegria gerada pelo bom desempenho.

Os investidores com aversão à perda podem se desfazer de suas posições ao menor sinal de queda na cotação. Eles também podem ter dificuldades em aceitar uma perda e demorar demais para negociar seus ativos por esperança de que eles se recuperem no futuro e não querer realizar o prejuízo.

Em ambos os casos, a decisão não é racional, mas emocional. Por isso, embora existam certos traços semelhantes entre esse viés e o perfil conservador, nem todos os investidores com aversão à perda se concentram em ativos menos arriscados — e vice-versa.

Ancoragem

Outro viés comportamental frequente é o de ancoragem. Ele incide quando as pessoas dependem fortemente de informações iniciais (âncoras) para tomar decisões, mesmo quando elas não sejam relevantes ou precisas.

Por exemplo, se um investidor compra uma ação a um preço específico, ele pode se apegar a essa âncora e ficar relutante em vendê-la por menos — mesmo se a negociação for a melhor escolha em determinado momento, considerando as expectativas do negócio.

Esse viés também afeta a análise de cenários, já que essas pessoas podem ter dificuldades em assimilar novos fatos no estudo de oportunidades.

Familiaridade

Por último, entre os vieses mais frequentes, vale destacar o de familiaridade. Ele é comum em investidores que têm uma preferência ou confiança excessiva em certos cenários ou investimentos que já lhe são conhecidos.

Um risco comum nesse caso é eles investirem apenas em empresas ou setores que já conhecem, afetando a diversificação da carteira. Também há a chance de os investidores serem excessivamente cautelosos com novas oportunidades do mercado — seja uma nova empresa ou uma nova modalidade de investimento.

Como evitar os vieses comportamentais?

Como você viu, há muitos vieses que podem afetar seus investimentos. Como eles podem causar prejuízos, é essencial saber como evitá-los.

Acompanhe o que fazer!

Tenha uma estratégia clara

O primeiro passo é ter uma estratégia clara de investimentos. Ela ajuda a basear suas decisões de investimento em informações objetivas e análises fundamentadas, em vez de serem influenciadas por emoções ou vieses cognitivos.

Isso acontece porque uma estratégia bem definida o ajuda a manter a disciplina em relação aos seus investimentos. Portanto, ela contribui para você evitar desvios causados por vieses comportamentais e a manter o foco nos seus objetivos e nos critérios que você considera relevantes nas decisões.

Diversifique a carteira

Você também pode evitar os vieses diversificando a carteira. Essa é uma estratégia que envolve a distribuição dos seus investimentos em diferentes alternativas do mercado, como títulos, ativos, setores e mercados.

A diversificação ajuda a deixar a carteira equilibrada, minimizando as chances de que perdas em determinadas movimentações tenham um grande impacto nos resultados. Por esse motivo, ela pode diminuir a sua ansiedade e evitar que você tome decisões emocionais.

Faça investimentos alternativos

Por fim, é interessante considerar investimentos alternativos para sua carteira, como royalties musicais, precatórios, obras de arte e outros. Eles se destacam por estarem expostos a riscos distintos daqueles de investimentos tradicionais do mercado.

Como resultado, os investimentos alternativos ampliam a sua diversificação e ajudam a mitigar riscos do mercado. Eles também podem apresentar potencial mais alto de retorno e colaborar com seu acúmulo de capital.

Completando esta leitura, você aprendeu sobre vieses comportamentais e como eles podem afetar os seus resultados no mercado financeiro. Com as dicas apresentadas, você poderá diminuir a influência deles em suas decisões, protegendo sua carteira de modo mais efetivo.

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