Na renda fixa, os títulos públicos do Tesouro Direto estão entre as aplicações mais populares para investidores buscando mais previsibilidade. Entretanto, essa característica também pode estar presente ao investir em precatórios.
Sendo um tipo de investimento alternativo, eles se destacam em relação às oportunidades de renda fixa pelo seu potencial de retorno. Mas, antes de priorizar os precatórios em relação ao Tesouro Direto, é interessante fazer um comparativo entre pontos positivos e negativos.
Acompanhe a leitura deste artigo para entender como decidir entre investir em precatórios ou nos títulos do Tesouro Direto!
O que é e como funciona o Tesouro Direto?
O Tesouro Direto é um programa do Tesouro Nacional que dá a oportunidades para pessoas físicas comprarem títulos públicos. Então, embora seja comum ouvir frases como “investir no Tesouro Direto”, ele é apenas a plataforma de negociação das aplicações.
Os títulos públicos, que são os investimentos disponíveis, são emitidos pelo Tesouro Nacional para captar recursos. O dinheiro obtido com esses títulos de dívidas é usado pelo Governo Federal para financiar as suas atividades.
Na plataforma, há quatro tipos principais de títulos em negociação:
- Tesouro Prefixado: tem rentabilidade prefixada e garante mais previsibilidade no vencimento;
- Tesouro Selic: tem retorno pós-fixado que acompanha a Selic, que é a taxa básica de juros;
- Tesouro IPCA: apresenta rentabilidade híbrida, com uma parte prefixada e outra indexada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA);
- Tesouro RendA+: tem rendimento híbrido, mas prevê o pagamento do investimento em 240 parcelas mensais, ao longo de 20 anos.
Os títulos do Tesouro Direto são frequentemente apontados como os investimentos mais seguros do Brasil. Isso acontece porque, além da previsibilidade da renda fixa, eles são integralmente garantidos pelo Tesouro Nacional.
Logo, um calote só aconteceria se o país vivenciasse uma crise profunda. Outro ponto interessante deles é a acessibilidade, visto que há títulos em negociação por valores mais baixos. Isso costuma fazer dos títulos do Tesouro uma porta de entrada para o mercado financeiro.
O que são e como investir em precatórios?
Por sua vez, os precatórios são ordens de pagamento expedidas pelo Poder Judiciário em favor de pessoas físicas ou jurídicas contra o Poder Público. A emissão acontece quando elas vencem ações ou processos e têm quantias a receber da União, estado ou município em valores mais expressivos.
Contudo, não é raro que esses pagamentos demorem a acontecer, podendo levar anos. Assim, aqueles que precisam receber os recursos mais rapidamente podem vendê-los para outro interessado, que faz o pagamento com deságio — ou seja, com um desconto no valor de face.
Existem empresas especializadas nesse tipo de operação, gerando oportunidades para os investidores. Por exemplo, ao efetuar a tokenização dos precatórios, o credor que comprou os ativos judiciais pode negociar frações deles no mercado financeiro.
Desse modo, quando os pagamentos acontecerem, quem comprou os tokens obterá uma parte proporcional dos ganhos.
Vale saber que o lucro obtido com um precatório está diretamente relacionado à diferença entre a quantia de compra desses ativos e a quantia que será paga pelo Governo. Quanto maior for esse valor, maior será o rendimento do investidor.
Ademais, é importante considerar que os precatórios costumam ser corrigidos monetariamente ao longo do tempo e contar com a incidência de juros. Dessa forma, é possível aumentar as chances de obter ganho real com o investimento.
Quais são as vantagens dos precatórios em relação ao Tesouro Direto?
O investimento em precatórios pode apresentar vantagens em relação ao Tesouro Direto. Um dos principais pontos é a possibilidade de obter retornos mais altos e ampliar o seu capital.
Isso será definido pela promessa de pagamento do precatório e pelo deságio aplicado na compra do título. Ademais, o potencial de retorno existe sem que ocorra um aumento significativo nos riscos, visto que há previsibilidade sobre os ganhos, considerando o valor da ordem de pagamento.
Ainda, há o fato de os precatórios serem dívidas do Governo. Como consequência, as chances de ocorrer um calote são baixas — mesmo que o pagamento demore a acontecer.
Outra vantagem do investimento em precatórios é a possibilidade de se proteger contra a inflação, já que o valor desses ativos é corrigido ao longo do tempo. Já no Tesouro Direto, isso acontece apenas em títulos específicos, como aqueles indexados à inflação.
Mais um ponto interessante é a diversidade de opções disponíveis. Como você viu, há precatórios federais, estaduais e municipais, o que oferece uma variedade de alternativas para investir.
Quais são as vantagens do Tesouro Direto em relação aos precatórios?
O Tesouro Direto também apresenta vantagens em relação aos precatórios. Em primeiro lugar, há a questão da acessibilidade. Como você viu, muitos títulos públicos exigem um montante inicial menor, permitindo a entrada de mais investidores.
Também vale destacar a previsibilidade. Os títulos do Tesouro Direto contam com prazos claros de vencimento e condições de retorno. Em alternativas como o Tesouro Prefixado, o investidor já sabe de antemão quanto receberá na data de vencimento da aplicação.
Os títulos do Tesouro Direto também contam com liquidez diária. Isso significa que é possível resgatar dinheiro a qualquer momento antes da data de vencimento. Contudo, essa antecipação faz com que títulos prefixados e híbridos não garantam o retorno prometido.
Já com os precatórios, a negociação acontecerá no mercado secundário e pode levar mais tempo. Contudo, em ambos os casos, pode ser mais vantajoso aguardar até o pagamento prometido para minimizar riscos.
A tokenização, entretanto, ajuda a lidar com essa questão. Se o precatório for tokenizado, você poderá se desfazer do investimento antes do prazo com mais facilidade, caso deseje.
Precatórios ou Tesouro Direto: em qual investir?
A escolha entre os títulos públicos do Tesouro Direto e os precatórios dependerá do seu perfil de investidor e dos seus objetivos financeiros. Por exemplo, para investidores mais conservadores e que valorizam a liquidez, os títulos do Tesouro podem ser mais atrativos.
Já para quem busca perspectivas mais interessantes de retorno sem, necessariamente, assumir os riscos e a imprevisibilidade da renda variável, vale a pena considerar os precatórios. Com eles, é possível ter ganhos mais altos que com diversos títulos de renda fixa.
Porém, é indispensável destacar que não é preciso se limitar a escolher apenas um dos dois. Desde que faça sentido para o seu planejamento, você pode diversificar o seu portfólio com títulos do Tesouro Direto, precatórios e outras oportunidades. Essa é uma forma de aproveitar os pontos positivos dos dois investimentos.
Neste artigo, você entendeu que investir em precatórios pode ter vantagens e desvantagens em comparação aos títulos do Tesouro Direto. Portanto, faça essa comparação e escolha o caminho mais adequado para a sua estratégia no mercado financeiro.
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